Competitividade através de Ciclos Menores de Desenvolvimento

Nas últimas décadas, percebemos um aumento significativo na complexidade de produtos e serviços, motivado pelo amadurecimento das empresas e pelo crescente nível de exigência de seus clientes.  Simultaneamente, algumas tecnologias evoluíram para dar suporte a estas demandas. Outras, no entanto, acabaram por criar novas possibilidades, realimentando o ciclo de dificuldades, mudanças e oportunidades.

Neste mesmo período, embora ainda seja importante, a área da Tecnologia da Informação mudou seu papel e foi reposicionada no contexto de negócio das organizações.  Hoje, possuir alto grau de informatização, interno ou externo, não é mais um diferencial competitivo, e sim, um fator de sobrevivência da empresa.  Ser capaz de produzir e implementar sistemas no menor espaço de tempo, a custos reduzidos e com a menor margem de erros e de retrabalhos, é fundamental para fornecer o suporte necessário aos produtos e processos da organização. Tudo isso em um mercado altamente competitivo e globalizado. As empresas que perceberem e aceitarem essa nova realidade, certamente se posicionarão um passo à frente da sua concorrência.

Portanto, é fundamental procurar entender a contribuição da área de TI para a organização e para os seus clientes, assim como é fundamental para os executivos entenderem como a TI pode apoiar ou alavancar suas operações.

Comparada a outras áreas do conhecimento humano, a área da Tecnologia da Informação é relativamente nova. Começou como todas as outras, através de tentativas, eliminação de erros e manutenção dos acertos; mas numa velocidade muito maior.  A evolução no processo de desenvolvimento de sistemas permitiu que equipes de especialistas em software se dividissem em partes da tecnologia necessárias para produzir uma aplicação complexa. À medida que os projetos foram crescendo em tamanho e complexidade, o acúmulo de conhecimento e melhores práticas permitiu que as dificuldades técnicas fossem sendo superadas com relativa facilidade.  Entretanto, somente em anos recentes, percebeu-se que um dos maiores problemas da área de TI é o gerenciamento inadequado de projetos. A falta de metodologias, processos formais e sistemáticos, tem contribuído de forma significativa para a má qualidade do produto final e “estouros” nos tempos e custos de desenvolvimento.

A atenção para a gestão de projetos e utilização de metodologias formais ultrapassou os limites tradicionais somente em anos recentes. Já foram sugeridas várias abordagens para especificar, projetar e testar a construção de softwares para computador. Acredito que estamos atravessando um período de grandes transformações na nossa área, comparável à “crise do software” da década de 70, mas com foco na gestão de processos e projetos.

Em minha opinião, muitas metodologias fracassaram devido à complexidade das atividades; excesso de etapas e documentações geradas; e abordagens inadequadas para o problema. A decisão estratégica de algumas empresas em terceirizar atividades de apoio sem critérios e procedimentos bem estabelecidos também contribuiu para aumentar o índice de desacertos.

Num mundo onde a competitividade se mede em segundos, a agilidade exigida para a construção de sistemas deve ser suportada por uma metodologia coerente com a velocidade determinada pelo mercado. Assim como aconteceu com as indústrias automobilística e cinematográfica, as organizações deverão fazer uso da informática através de elevados graus de terceirização, com indicadores de qualidade, controles, monitoração e performance adequados, metodologias formais e com foco nos resultados e redução dos ciclos produtivos em seus processos.

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